quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ciclo vicioso

Um dia comum, que começa quando você chega dizendo oi, abre aquele sorriso e me abraça forte. Parece que eu começei a respirar somente a partir daquele momento, com o seu toque, seu cheiro e seu olhar. É tão gostozo quando você acaricia o meu rosto e me pergunta se eu dormi bem e se sonhei com você. E assim, do nada, você começa a me fazer cócegas para suprir a falta de assunto e ri como se tudo aquilo fosse um programa de piadas. E como num passe de mágica você me assusta, com o menor de gestos, só para eu saber que você ainda está ali ao meu lado. Quando o assunto é importante, você faz uma gracinha para me fazer de boba, fingindo que não estar sendo mais bobo do que eu. No silêncio você cheira o meu pescoço e comenta como você adora o meu perfume. Você pega as minhas mãos, só para falar que as minhas unhas estão lindas, mesmo que o meu esmalte já esteja descascando. Quando eu falo desenfreadamente você fixa seu olhar no meu, para me fazer ter a certeza de que naquele momento nenhuma palavra precisa ser dita. Se meu sorrizo se vai, você me deita em seu ombro, faz cafuné em minha cabeça e fala: eu estou aqui. Se fico com tédio, você começa a cantar e fazer um show business particular para eu perceber que nada nunca é monótono com você. Se fico pensativa, você encosta sua orelha na minha falando que vai ouvir o que eu estou pensando. E quando eu me canso, você me deita em seu colo e me acaricia até que eu pegue no sono...
Todo o dia é assim. Todo o dia você vem e me faz feliz. Todo o dia você me beija e deixa bem claro como você me ama. Todo o dia você me faz rir das bobagens que você fala. Todos os dias.
Quando você está quase partindo, você me gruda junto a ti, me beija como se aquele fosse o último beijo, me abraça como se nunca mais fosse me ver, me olha como se nunca tivesse me visto e fala: amanhã eu volto, pra fazermos tudo de novo. 
E eu fico aqui, esperando, que mais um dia comum chegue, para começar com um simples oi. 

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Saudades...

Tudo é tão bom, enquanto estamos perto. Tudo é tão bom quando estamos juntos. Tudo é tão bom quando não temos que compartilhar as dificuldades dos outros. Tudo é tão bom enquanto é azul. Mas se acabou. Você se foi, nos deixou. Nós não éramos muito próximos, mas... você vai fazer falta. Tudo era tão bom quando você simplesmente sorria, pintava o rosto, acendia a sua vela e subia em cima da mesa. Tudo era tão bom quando você tentava prever o futuro e gritava para parecer real. Tudo era tão bom quando você simplesmente entrava na sala e nos dava um bom dia. Tudo era tão bom quando ríamos juntos do seu chapéu engraçado. Tudo era tão bom quando você nos contava histórias que nos levava além do imaginável. Tudo era tão bom.
Alguns chegariam a me criticar dizendo: ele não era nada seu. Mas eu digo: você era muito para todos. Você não precisava saber da minha vida e nem eu da sua, mas eu gostava de você. Você não precisava sentar ao meu lado perguntando se eu precisava de ajuda pois seus olhos já me acalentavam. Você não precisava contar uma piada para me fazer rir, bastava sorrir pra mim.
Penso, quantas palavras poderíamos ter dito. Quantos momentos mais poderíamos ter vivido. Quantos pensamentos compartilhados. Quantos...
O que seria diferente? O que poderia ter sido diferente? Não dá pra saber. Infelizmente não vamos ter uma segunda chance. Você já se foi... deixando dúvidas e muitas saudades.
Peso? Você também deixou. Aquela sensação de que deveríamos ter feito mais. Aquela sensação de que poderíamos ter falado mais, compartilhado mais, vivido mais...
E agora? Agora, basta pensar que tudo foi bem feito. Que nada passou em branco. Que tudo o que falamos foi falado na hora certa e que cada momento vivido juntos foi único... inesquecível. Aonde entiver, está feliz, está melhor do que antes, está livre, olhando por todos nós.
O que resta? Resta a saudade. Pensar em você com o máximo carinho possível. Resta... se orgulhar de ter tido o prazer de te conhecer... Siga em paz.


Dedicado ao Valdivino, um ótimo professor de filosofia que partiu jovem, 
nos deixando a melhor imagem de um verdadeiro ser humano.

domingo, 5 de junho de 2011

Tempo

Tempo pode ser um segundo, um minuto, uma hora, um ano. Tempo aquele que conseguimos medir, contar, esperar... mas não conseguimos parar. Quando menos se quer, mais rápido ele passa. Quando mais se quer, mais lento ele fica. Tempo. Contado pelo relógio, cronômetro ou pelo sol. Tempo. Aquele que nos ilude, enlouquece e nos envelhece. Aquele que é amigo e inimigo. Aquele que faz bem e mal. Aquele que passa e não volta. Tempo.
Tempo pode ser uma respiração, um momento,  um instante, uma vida. Tempo que alegra, revigora e insentiva. Aquele que para, por um lindo e único momento. Aquele que volta, para que tudo seja relembrado novamente. Tempo. Aquele que espera o quanto seja necessário. Aquele que passa para que o dor não nos corroa. Aquele que fica para que a felicidade prevaleça. Tempo. Bom ou ruim. Concreto ou não.Um tempo nada mais é do que uma passagem. Uma passagem de ânimos. Aquela que vai da felicidade para tristeza, do companheirismo para solidão. Tempo.
Como viver sem o tempo? Tudo na vida precisa de tempo. Temos que esperar um tempo para crescermos, um tempo para amarmos, um tempo para sorrimos, um tempo para chorarmos, um tempo.
Quando tudo parece ter chegado ao fim, o tempo vem e nos mostra que o 'tudo' não era nem o começo. Quando tudo parece estar perfeito, o tempo vem e nos mostra que o 'tudo' não passou de uma fase. Quando tudo parece estar monótono, o tempo vem e mostra que o 'tudo' nada foi do que um momento sem acontecimentos. Quando estamos cançados, adoramos ter um tempo de descanço. Quando estamos com saudades, odiamos o tempo passado longe. Quando estamos putos perguntamos: Porque você não dá um tempo? Tempo.
Dizem que é impossível controlar o tempo. Será? O tempo trabalhado por cada um é controlado pelo seu chefe e milhares de pessoas não aparentam ter a idade que tem. Dizem que é impossível ver o tempo. No entanto somos capazes de notar diferenças em todas as coisas após um tempo. Tempo. Amigo ou inimigo? Tempo. Nos ajuda ou nos destrói? Tempo. Como superá-lo?
Não superamos, aprendemos a lidar. Nos acostumamos com ele. Querendo ou não ele vai passar diante de nossos olhos. Querendo ou não ele será lembrado por alguém. Querendo ou não ele vai nos envelhecer e nos matar aos poucos. Tempo. O que fazer? Esperar. Ele vai passar. É só nos acostumarmos com ele, mesmo porque, ele só é um... tempo.


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Uma bela frase

" As grandes ideias são como as grandes paixões;
Elas não morrem, ficam guardadas;
Esperando a hora de existirem outra vez. "


Por Selton Mello como Pedro,        
Em 'A mulher invisível - Série'

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Paixão pessoal

O que fazer quando não se está bem, quando o dia já começou mal, quando o dia não devia nem ter começado, quando todos parecem estar conspirando contra nós, quando o mundo parece estar girando ao contrário, quando perdemos a vontade de respirar, quando queremos mandar todo mundo pra P... que pa..., quando os ruídos ficam martelando em nossa cabeça, quando se está tão feliz que não cabemos dentro de nós, quando temos vontade de gritar, quando estamos rindo até para o inacreditável, etc... O que fazer???
É simples. Coma chocolate.
Existente desde antes de Cristo, essa  MA-RA-VI-LHA resolve qualquer problema. Não sei o que ele faz e nem o porquê. Sei que tudo se resume a ele. Não há nada melhor que comer uma bela barra de chocolate quando se está deprimido, feliz, normal, com tédio, atoa, lendo, rindo, chorando ou qualquer outra coisa. Existem aqueles que não gostam de chocolate e outros que não podem comê-los. Mas para a grande maioria chocólatra... Como é bom ter um chocolatinho por perto né? Para saciar essa vontade imensa, alguns gênios (assim chamados por mim) criaram vários tipos de chocolates. O que é ótimo, assim nunca enjoamos (como se isso fosse capaz de acontecer). Não há nada melhor do que ir nessas festinhas de criança e colocar nossos subrinhos para ir até a mesa de doces para trazer não só um, mas vários brigadeiros. Tem também aquelas tardes de domingo que nós ficamos pensando na vida e comemos um belo chocolate branco. É delicioso quando após os almoços dos sábados não há sobremesa nenhuma pronta e aparecemos com aquela bela barra de chocolate ao leite. E quando perdemos o sono numa sexta-feira qualquer? Simples, vamos até a cozinha e preparamos um copo duplo de leite achocolatado. Fora que também, para aqueles e aquelas que adoram futebol como eu e não conseguem ficar quietos quando assistem aos jogos de quarta-feira, existe o chocolate crocante, aquele que vai saciando cada parte da nossa ansia e fúria construída pelo jogo. Ah, o chocolate. Como viver sem? Eu até podeira suportar um mundo sem crimes, sem corrupção, sem drogas... Mas sem chocolate? Jamais. Meus dias se tornariam insuportáveis. Agora, para aqueles que não gostam ou não podem comer chocolate e acham que eu estou escrevendo alguma loucura. Tudo bem. Não os questiono. Eu prefiro mesmo que vocês não comam chocolate (sobra mais). 
Obs: Não vão saindo contando a solução de todos os meus e os seus problemas por aí. Fica sendo um segredinho nosso (^.~). 

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Abandono

É tão difícil querer o impossível. Ainda mais difícil é querer o possível. Por quê? Porque o possível não depende de muito. Depende das pequenas atitudes, dos pequenos gestos. Pequenas atitudes soa tão insignificante, mas é tão difícil de fazê-las. Pequenos gestos não custam absolutamente nada, mas ninguém gosta de perder tempo com isso. É uma pena. Há dias que parecem o fim. São aqueles que não se pode ouvir uma voz indesejada, uma opinião não pedida, um barulho atoa. São aqueles que tudo que se quer é ficar sozinho, não fazendo nada ou fazendo o que se gosta. São aqueles que simplesmente nos enlouquecem. Aqueles que faz parecer o fim do mundo. Aqueles que nos fazem desejar não ter acordado. No entanto, há dias que são 'os dias'. Dias de fazer uma zorra. Dias de se comemorar o simples nascer do sol. Dias de ter vontade de cair na noite. Dias que valem a pena viver. Há também dias que são só dias. Dias que são uma mera rotina. Dias que não acrescentam nem diminuem nada a nossa vida. Dias que.... ah, só dias. É chato quando você acorda em um bom dia, querendo comemorar até mesmo o fato de se respirar, e ninguém está disposto a compartilhar isso. É chato quando você está naquele péssimo dia e tem que fingir que está tudo bem porque todos estão bem. É chato quando o dia não significa nada pra você e ninguém faz questão de fazer a diferença. Se negamos apoio, não somos bons companheiros. Se apoiamos demais, somos malucos. Se não opnarmos, somos insignificantes. Mas e quando o mesmo acontece conosco? É tão difícil identificar quando precisamos de carinho, companhia ou silêncio? As coisas ficam ainda piores quando percebemos que todos podem contar conosco, mas que nós não podemos contar com ninguém pra nada. Bom... talvez possamos, caso formos fazer uma festa ou um happy hour. Legal né? O foda é que não podemos, JAMAIS, estar em falta com nenhum de nossos amigos ou familiares quando eles estiverem precisando. Isso é quase um crime inafiançável. Abandono significa deixar, largar, desamparar. Pelo fato dela ser uma palavra forte, ela é designada a atos polêmicos, como por exemplo, uma mãe que abandona o filho. Os motivos que a levaram a fazer isso são desinteressantes, mas o ato não. Se nos sentimos sozinhos, carentes e desamparados não podemos associar essa situação a palavra abandono. Ninguém te deixou. Pelo menos não teoricamente. Mas, vamos ver pelo lado da pessoa abandonada. Como ela se sente? Sozinha, carente, desamparada... abandonada. Só depois de pensarmos por esse lado, que talvez pudéssemos ver o quanto o possível é muito impossível. O impossível só é impossível se não o buscarmos. O possível é tão possível que não o fazemos. Dizem que é impossível mudar o mundo, no entanto, milhares de pessoas tentam. Dizem que é possível ser feliz, no entanto, ninguém tenta alegrar o próximo. Abandonamos as causas fáceis pelas difíceis. As alcanláveis pelas inalcançáveis. Talvez, se tentarmos fazer o possível o impossível se tornaria possível, mas... isso só acontecerá quando pararmos de abandonar as coisas miúdas para se criar as coisas grandes.